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terça-feira, 18 de setembro de 2012
Temporal
Ouço o barulho dos pássaros ainda de madrugada,
Caminho em passos pequenos e a luz apagada por toda a casa,
Prefiro ir assim até a geladeira para ver se tem
algo que molhe a minha garganta seca para mais além.
Promessas e confissões me veem a cabeça,
no momento em que o raio se lança e clareia tudo, desde a
porta do banheiro até a lareira,
Eu vejo sombras, eu vejo tudo criar formas, cinza, preto e
vermelho, em passos largos eu venho embora.
Minhas mãos tremem, minhas pernas se enrolam,
a voz tímida do vento, bate na janela e entra
calmamente pela fresta,
Vai murmurando uma musica triste,
com título "a tempestade que tu nunca viste".
Tão demorada e avassaladora,
com efeito dominó, vai transformando a cidade
em uma lagoa.
Essa chuva me obriga a fazer do papel uma canoa,
para transitar sem sair de casa,
aonde eu imagino o mundo caindo e continuo
em uma boa.
Cristian Lentz
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